Um dia, eu quis aprender a escrever contos.
Rio, 04/01/2025
Quando comecei minha vida de escrita pra valer, quis aprender a escrever contos.
Eu e um amigo começamos juntos no curso, lá no bairro do Flamengo.
O “famoso” professor entrou, arrotando seus feitos, seus amigos, suas influências. Por duas horas ouvimos suas histórias. A revista Granta, na qual artigos sobre livros e divulgações de romances consagrados são publicadas. A escritora fulaninha, lá do Rio Grande do Sul (de onde saem os melhores escritores brasileiros, segundo ele), que ganhou um Prêmio Jabuti.
Ao final das duas horas me senti frustrada pra caramba. Não comentei nada com meu amigo pra não parecer uma ignorante.
Afinal, o sujeito era escritor oriundo do Sul, fazia parte da turminha dos escritores publicados por editoras descoladas. Era escritor de romances realistas.
No dia seguinte, rumei para a aula tentando me animar. A promessa era de que o professor passaria exercícios de escrita e os corrigiria, nos avaliaria.
Ele começou o teretêtê sobre seus amigos escritores. Em dado momento minha língua coçou e perguntei pelo exercício de escrita. Ou se ele nos daria alguma atividade de escrita mais específica para fazer.
A interrupção aborreceu o sujeito.
Ele passou um exercício de microcontos. Explicou e exemplificou como seriam feitos. No caminho para casa, meu amigo comentou como se sentia insatisfeito e desestimulado com o curso.
E me agradeceu pela interrupção ao professor. Pelo visto, não era só eu que estava chateada com aquele curso.
No terceiro dia de aula, o lenga-lenga recomeçou. E no meio da aula, eu e meu amigo fomos à secretaria pedir transferência do curso.
Eu não curto fazer isso, mas não dava para passar duas semanas escutando abobrinha. Eu sei muito bem como o storytelling é fundamental para contextualizar e agir como coadjuvante no ensino. Mas há uma diferença grande entre uma narrativa e falta de conteúdo.
Uma história bem contada vira parábola. Ela contém um ensinamento e passa uma mensagem.
Sempre haverá alguém com uma história muito boa pra contar.
Não aceite menos do que você merece.
Espero que a carta de hoje tenha sido útil para você.
Audaces fortuna juvat.
Barbara Garrett
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